O aumento dos índices de criminalidade e os percalços financeiros na máquina estadual levaram a segurança pública de Pernambuco à uma situação de alerta. Somente no primeiro trimestre, o número de homicídios cresceu 7,4% em relação ao mesmo período de 2015. O aumento mais expressivo foi no mês de março, quando houve uma alta de 18%, com 60 homicídios a mais. Já o número de assaltos subiu 31,5% neste mesmo período. O clima de insegurança se alastra do Litoral ao Sertão com sequências de assaltos em agências bancárias do Interior até arrastões no bairro do Recife Antigo, na Zona Central, e no parque Dona Lindu, na Zona Sul.
Os últimos episódios foram as mudanças de cargos executivos nas secretarias de Defesa Social e de Justiça e Direitos Humanos, seguidas pela ameaça de greve dos policiais militares. A categoria aguarda resposta do Estado sobre a pauta de reivindicações, apresentada no último dia 13. Marcou assembleia para decidir o rumo do movimento para amanhã. Mas o governo não deverá ceder à pressão dos militares e já se antecipou: caso a paralisação seja deflagrada, contará com apoio da Força Nacional.
A vinda da Força Nacional para Pernambuco foi informada na última segunda-feira (25) durante reunião na Secretaria de Defesa Social sobre a possível deflagração da greve dos policiais e bombeiros militares. Segundo uma fonte oficial, o governador Paulo Câmara já teria solicitado apoio ao Ministério da Justiça. Uma medida preventiva para evitar o caos que se instalou durante três dias no Estado,em 2014, quando a corporação ficou aquartelada. Houve saques e assaltos. A situação só acalmou após a chegada dos agentes nacionais.
Além desse apoio preventivo, o Estado busca a negociação. Na reunião da segunda-feira, os comandantes da PM receberam a missão de “convencer” a tropa a não aderir à greve. O argumento usado pelo comando será a falta de recursos do Estado para bancar os 18% de reposição, além dos 7% de reajuste pleiteado pela categoria.
Uma nova rodada de negociação entre gestão e sindicato foi marcada para amanhã. A assembleia da categoria será realizada após essa reunião em frente à Alepe. “A categoria quer greve. A temperatura aumentou após a gestão informar que, tirando o reajuste, os demais itens de nossa pauta foram atendidos. Isso não ocorreu. Tínhamos 18 itens na pauta de 2014, quando fizemos greve. Reduzimos para quatro e o Estado atendeu apenas um, a promoção de praças”, disse o presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros do Estado, José Roberto Vieira.
0 Comentários “Diante da ameaça de greve da PM, governo de Pernambuco solicita apoio da Força Nacional”