O meu papel foi o de bombeiro, o de pacificador, entre o presidente da República e o governador da Paraíba – declarou o senador Raimundo Lira (PMDB), direto de Brasília, ao comentar a emissoras de rádio o êxito da audiência entre o presidente Michel Temer e o governador Ricardo Coutinho, hoje, por volta do meio dia, no Palácio do Planalto. Lira salientou que ao se comunicar com o presidente para acertar a viabilidade do despacho, deu-lhe notícia de que Coutinho é um líder respeitado na Paraíba e que se destaca, como chefe do Executivo, pelas providências que tem tomado para equilibrar as finanças do Estado.
O senador Raimundo Lira, que qualificou a audiência de “sucesso total”, descrevendo gestos de deferência pessoal que o presidente teve para com o governador, não quis avançar detalhes sobre uma virtual aliança política sua com Coutinho nas eleições de 2018. “O que posso afiançar é que estreitamos a nossa relação e temos afinidades no que diz respeito ao estilo pragmático”, acrescentou o senador. Lira confirmou que resolveu entrar no circuito para confirmar a audiência depois de perceber o clima de impasse entre o governador paraibano e outros integrantes da bancada federal do Estado.
O governador chegou a dizer que fora vítima de “sabotagem” política por parte de interlocutores do presidente Temer na bancada paraibana, sem mencionar nomes, o que gerou estranheza de parlamentares como os senadores José Maranhão (PMDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB), este licenciado. No reverso da medalha, Ricrdo sabotou a vinda de um ministro do atual governo, preferindo cumprir programação em cidades do interior do Estado. Nas últimas horas, o deputado Benjamin Maranhão (SD), que é coordenador da bancada federal paraibana, informou que os demais parlamentares que representam o Estado haviam se colocado à disposição para acompanhar o governador e endossar as suas reivindicações. A sugestão, entretanto, não foi adiante.
Na opinião de Raimundo Lira, o seu trabalho foi pautado pelo compromisso que tem com a solução para problemas que afligem a população paraibana, independente de origem partidária de quem quer que seja. Deixando claro que não estav fazendo nenhuma restrição à atitude de “A” ou “B”, o senador revelou ignorar os rumores de que estivesse orquestrada entre políticos adversários de Ricardo “uma torcida do contra”, ou seja, uma torcida para que a audiência fosse um fiasco e as demandas não fossem ouvidas nem atendidas. “O presidente foi muito cordial, muito cavalheiro, muito correto conosco”, ressaltou o parlamentar. Raimundo Lira foi senador eleito em 1986 e passou uma temporada afastado da política e dedicado a questões empresariais. Aceitou, entretanto, figurar na chapa majoritária de 2010 como suplente do senador Vital do Rêgo Filho. Assumiu a titularidade quando Vital renunciou para ser ministro do Tribunal de Contas da União.
Em pouco tempo, Lira foi escolhido para ser o presidente da Comissão Processante do impeachment da então presidente afastada Dilma Rousseff. Ele foi bastante elogiado, tanto entre aliados como adversários da ex-presidente, pela postura de imparcialidade que manteve como presidente da referida Comissão, que abriu amplos espaços para a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff. O desempenho de Lira já faz com que seu nome seja disseminado em áreas políticas como alternativa para disputar o governo do Estado em 2018. Ele também esteve cogitado, ultimamente, para ser candidato a presidente do Senado Federal. Entretanto, a perspectiva de vir a presidir o Senado é remota, diante da movimentação ostensiva do senador Eunício Oliveira, do Ceará, com esse objetivo. Um fato indiscutível é que Lira continua conquistando projeção nacional. Por Nonato Guedes.
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